quarta-feira, 15 de abril de 2015

Paper Proposta Curricular de Santa Catarina

A nova Proposta Curricular de Santa Catarina (PCSC) surgiu da necessidade de transformar o modelo tecnicista e hegemônico em Processos de Ensino Aprendizagem e desenvolvimento humano integral, investindo-se assim em formação continuada na rede. Com três fios condutores que se colocam como desafios no campo educacional: 1) perspectiva de formação integral, referenciada numa concepção multidimensional de sujeito; 2) concepção de percurso formativo visando superar o etapismo escolar e a razão fragmentária que ainda predomina na organização curricular e 3) atenção à concepção de diversidade no reconhecimento das diferentes configurações identitárias e das novas modalidades da educação; Produzida envolvendo profissionais tanto da Educação de representações dos movimentos sociais, a presente atualização resulta, pois, da atividade coletiva de diferentes grupos de professores e gestores educacionais provenientes das redes de ensino estadual, municipais, federal e privada. O processo compreendeu um conjunto de reuniões preliminares envolvendo a equipe técnica da Secretaria de Estado da Educação (SED), professores das áreas do conhecimento e de seus respectivos componentes curriculares e especialistas, seguido de cinco seminários presenciais constituídos pelo que foi denominado ‘grupo de produção’. Diante de debates, webconferências, textos anteriores da PCSC e fóruns, os participantes discutiram sobre a Educação Básica e Formação Integral, levando em consideração o percurso formativo e diversidade e a constituição das áreas do conhecimento. Educação Básica e Formação Integral O debate em torno da formação Integral atende à perspectiva histórico-cultural considerando que o ser humano é um sujeito que produz, por meio do trabalho e através das relações sociais, políticas, econômicas, culturais e socioambientais visam desenvolver os percursos formativos mais integrados, complexos e completos, que considerem a educabilidade humana em sua múltipla dimensionalidade... [...] consiste no processo pelo qual o homem se humaniza pela apropriação cultural. Esse processo não se restringe a uma relação unilateral de mera transmissão desse patrimônio. O homem se apropria da cultura e nela se objetiva. Portanto, esse movimento é dialético, a partir do qual o homem se constitui enquanto humano e, nesse mesmo movimento, constitui a humanidade. (LONGAREZI e FRANCO, 2013, p. 94). Percurso formativo Ao conceber o currículo os envolvidos devem atender adultos e idosos, priorizando os de zero a 17 anos, considerando a singularidade dos tempos e dos modos de aprender dos diferentes sujeitos, já que eles tem o direito à igualdade de condições de acesso ao conhecimento e permanência na escola, a qual deve potencializar o desenvolvimento físico, motor, emocional, afetivo, artístico, linguístico, expressivo, social, cognitivo, dentre outros. Nesse sentido, os elaboradores dos projetos pedagógicos das escolas devem estabelecer estratégias metodológicas que permitam aos estudantes da Educação Básica. A apropriação e a compressão do que lhes foi ensinado na busca de um nível mais avançado de conhecimento. Se a natureza humana não é dada de forma biológica, mas produzida nas relações intersubjetivas, o processo de mediação permite que as gerações atuais sejam influenciadas pelas culturas que as antecederam. Nesse processo de apropriação cultural, os sujeitos se humanizam e ressignificam os aspectos emocionais, cognitivos, psicológicos e sociológicos, os quais tornam-se elementos significativos da conduta da percepção, da linguagem, do pensamento e da consciência. O processo de elaboração conceitual é aquele que ampara o desenvolvimento das funções superiores da consciência e é o resultado do encontro do conceito cotidiano e do sistematizado, assim, a aprendizagem e o conhecimento, estão interligados, potencializando os conceitos e fundamentos para o desenvolvimento cultural e humano. Seu percurso formativo vai além das relações familiares, necessitando que a escola proporciona atividades relacionadas à diferentes áreas do conhecimento, bem como os valores éticos, estéticos e políticos. Na estruturação do trabalho pedagógico surge o Projeto Político Pedagógico (PPP), como documento síntese que carrega consigo a potencialidade, formando um elo entre a escola e a comunidade, realçando o envolvimento da família. A ação pedagógica da escola consiste em repensar tempos, espaços e formas de aprendizagem, pensando no currículo escola, como permanente elaboração e reordenamento, reconhecendo os conhecimentos prévios como ponto de partido para novas aprendizagens. A avaliação constitui-se uma pratica investigativa, constante, sistemática e permanente, equalizando o ensino com a aprendizagem na busca do crescimento integral do aprendiz. A função social da escola e seus componentes visa valorizar os saberes dos sujeitos buscando formação humana integral. Professores e Direção.